O Espelho a experiencia





Este é um pequeno texto deste romance escrito em 2010 que em partes e trata sobre a morte, Este romance foi ditado pelo espírito de Frederic Dupree e psicografado por Carlos Neves.


Alfredo estava envolvido com seus pensamentos e mal se deu conta da presença de Carol diante dele.
            - Desculpe, eu estava distraído – respondeu apressadamente, deixando seus pensamentos de lado – compreendo que não queira deixar os garotos sozinhos. Fez bem em ficar fazendo-lhes companhia.
            - A partida de mamãe foi muito brusca. Não me conformo.
            - A morte faz parte da vida. Tudo é um ciclo. Nascemos, vivemos e depois morremos.A mort não é o fim, mas um início
            Pela primeira vez, ele tercia comentários sobre a morte, se colocando na condição de uma pessoa que já tivesse passado por tal experiência. Somente depois de ter falado é que se deu conta disso.
            - Não acho justo. Tenho questionado muito sobre a vida.- começou a falar Carol - Enquanto temos saúde e nossos entes queridos estão bem, não lembramos que a morte existe. Quando ela mostra a sua face, caímos na realidade e somos tomados de muita revolta. Acho a morte uma injustiça, algo sem propósito.
            - Acha isso mesmo?
            - Respondeu Carol - É preferível não nascer. Não tem sentido nascer para depois morrer. Muitos deixam a vida em plena juventude. Os pais ficam abalados e sofrem muito com isso. 
            - Não diga bobagens e tão pouco queira julgar as leis de Deus. Vejo que está muito revoltada diante da perda que sofreu. Até compreendo suas razões, mas as razões divinas são bem maiores que as suas, minha cara. Você não pode se colocar acima de Deus para julgar suas leis.O homem ainda não tem capacidade para entender os misterios divinos.
            - Mamãe quando me contou sobre voce ,e falou um dos seus conhecimentos espirituais. Para ser sincera, acho tudo isso um intrincado jogo de palavras e filosofias. Cada crença diz uma coisa. Cada igreja tem uma opinião. No fim, se apurarmos tudo o que é dito, acabamos descobrindo que ninguém sabe de coisa alguma e muitos ainda se dizem os escolhidos.
            - Isso é a sua opinião, não é mesmo? Tão pouco Deus nao inventou a religião.
            Ela calou. Na verdade, era a sua opinião sim, e isso não tornaria válidas suas palavras. Precisava de argumentos, mas só a sua revolta é que encontrava para expor sua dor naquele momento.
            Alfredo percebia a sua insegurança e aproveitou enquanto estava calada para confortá-la.
            - Minha amiga, não se revolte com as leis divinas. Sua mãe pode ter morrido para a vida material, mas agora ela renasceu para a vida espiritual, que é a verdadeira vida. A dimensão da matéria não passa de uma ilusão temporária, aonde o espírito vem para aprender, evoluir e cumprir determinadas missões que lhe foram dadas. O homem se apega a esta dimensão como sendo uma verdade e esquece por completo que a vida reside verdadeiramente na dimensão espiritual. Você fala e imagina que é este corpo que está pensando e falando. Será mesmo? Ou é o seu espírito que, através de um corpo físico, se manifesta na matéria? Poderá a matéria pensar e ter sentimentos? Sem a inteligência divina, você não estaria gerando em seu ventre um outro ser vivo que amanhã vai gerar outro ser e assim por diante, perpetuando a espécie humana. Somente um ser é capaz de amar, é capaz de criar tanta beleza e perfeição, e a esse ser chamamos Deus. O amor que o homem sente é ainda muito pequeno e até mesmo  insignificante se comparado ao de Deus. Sendo Deus perfeito, não cometeria injustiças, e a verdadeira morte para o homem está em não poder contemplar a Deus, e não a de perecer nesta dimensão material.
            - Não consigo sentir dessa forma – disse ela, ainda resistindo ao que acabara de ouvir e continuou – acho a morte uma coisa sem um propósito justo.
            - Você sempre pensou assim ou pensa agora que perdeu a sua mãe?
            - Sempre pensei assim. Senti a mesma revolta quando perdi o meu pai.
            - Gostaria que todos vivessem mais tempo, para sempre, se possível?
            - Para sempre, acho que não – ao dizer isso, Carol pareceu confusa.
            - Então, acha que todos deveriam morrer um dia?
            - Você me deixa confusa.
            - Ou é você que esteve sempre confusa quanto à morte?
            Ela silenciou novamente. Percebia que seus argumentos estavam fundados apenas na sua revolta e no medo do desconhecido que encobre a morte.
            Alfredo completou:
            - Talvez essa sua revolta se justifique pelo fato do curto tempo em que uma pessoa vive neste mundo. Talvez, se o homem vivesse mais tempo aqui, ele aceitasse a morte com mais tranquilidade, não é isso?
                - Acho que sim.
            - O homem, através dos tempos, vem evoluindo gradativamente. Tudo a seu tempo. Uma evolução de cada vez, entende?
               - Sim.
            - No futuro, talvez ainda na sua época, ou na de seu filho que vai nascer, pode ser que o homem descubra meios de retardar o envelhecimento. Então poderá viver até mais de 120 anos, ou ainda mais. Porém, para que esse dia chegue, será preciso haver um controle rígido da população mundial. Sem esse controle, não haverá alimentos e trabalho para todos e, certamente, isso resultará em uma grande miséria e revolta. No início dessa descoberta, poucos terão acesso a esse processo de retardamento do envelhecimento, mas lá mais adiante, talvez existindo um controle da natalidade, todos poderão desfrutar dessa maravilha. Imagine que grandes cientistas possam viver mais tempo e, com isso, transmitir maiores ensinamentos para a humanidade. Então, o avanço evolutivo do homem será ainda maior, não acha? Por outro lado, o homem terá que parar de interferir na natureza da forma que vem fazendo, ou do contrário ele nunca verá esse dia chegar. O homem precisa do meio ambiente equilibrado para sobreviver neste planeta. No momento atual, o homem é por demais egoísta em suas conquistas, e não olha com maior atenção o mundo em que vive. Dessa forma, poderá estar criando um mundo envenenado e sem a menor possibilidade de vida no planeta. Mas acredito que espíritos evoluídos venham em socorro da humanidade e, em breve, muita coisa possa mudar.
            - Isso é mesmo verdade?
            - Claro. Não tardará o dia em que isso vai acontecer. Porém, existem muitas coisas erradas que o homem terá que reparar. As principais serão o combate ao tóxico,  o ópio, tabaco, álcool, poluição e a mais importante: o amor pelo seu semelhante. Essas drogas fazem mal ao corpo físico, e alimentar um ser viciado com algo que prolongue sua vida seria um erro ainda maior. Mas, para isso, seria também necessária a reformulação das leis em muitos países, no combate às drogas e à impunidade daqueles que utilizam o poder em uso próprio. Tem muita coisa errada nos governos do mundo inteiro que precisa ter um fim, para que o homem transforme a terra num verdadeiro paraíso, pois, em nome de um progresso, muito deles estão sufocando o planeta. Além disso, é preciso que todos passem por uma mudança interior, voltando-se mais para a vida espiritual e aprendendo, a respeitar mais a vida e amar uns aos outros. A grande conquista que a humanidade conseguirá no prolongamento da vida, sera em muitos casos a utilização do emprego das células troncos do cordão umbilical.
            - E como poderia começar por mudar a mim mesma?
            - Para começar, esqueça sua revolta contra a morte. Dedique-se ao bem e prepare-se para a verdadeira vida, que é a vida espiritual. Ajude a encontrar soluções para o mais desamparado e socorra os necessitados que padecem na miséria. Aprenda a dar amor a quem dele precisa.
            - Por onde devo começar?
            - Aperfeiçoando-se espiritualmente. Depois, pense o que nunca foi pensado. Procure descobrir o que ainda não foi descoberto, imaginando o que nunca foi imaginado.
            - Eu não sei como fazer isso – falou, demonstrando estar confusa com sua orientação.
            - Não sabe, mas pode aprender, pois todos são capazes de fazer muito mais do que imaginam. 
            Carol olhou diretamente para o espelho e perguntou:


            - Afinal, quem é você?







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