terça-feira, 8 de março de 2011

Matheus - A Reencarnação - 3

Mais um trecho do meu roamance
"Matheus - A Reencarnação"

                                                    ***

- Aqui o tempo parece nunca terminar. Como se nunca avançasse, mas sabemos que ele avança.
- Sim. Isso mesmo e a cada tempo aqui vivido, equivale há muitos de lá onde vocês estão.
- É verdade e já está na minha hora de ir. Já não posso mais me demorar por aqui, que logo meu físico vai despertar.
- Siga seu caminho minha filha. Estaremos velando por todos vocês.
E já não havia mais o jardim. Ele havia desaparecido com todo o cenário a sua volta. Apenas os astros brilhando no céu e ela sendo puxada para baixo.
O sol já havia levantado e iluminava o quarto de Crsitina.
Ao despertar, levantou sentindo-se estranha. Algo que queria lembrar e não conseguia. Um sonho, talvez – pensou enquanto ia ao banheiro banha-se.
- Sim. Devo ter sonhado algo e não recordo. Por que sempre tenho dificuldades de lembrar dos meus sonhos? – fez esta pergunta a si mesma enquanto tomava seu banho.
Depois se vestiu e desceu para tomar seu café matinal. Mas a impressão de ter sonhado algo bom não saia de seus pensamentos. Ficava remoendo em sua cabeça, como querendo falar lá dentro dela. Olhou para o relógio na parede e viu que marcava 08h30min. Então lembrou que Matheus logo estaria indo para o aeroporto. Esta lembrança a incomodou bastante, pois queria poder ir ao seu encontro e não conseguia se decidir. Como se algo a mantivesse distante contra a sua vontade.
Quando terminou seu café, foi até o terraço e sentou-se numa cadeira espreguiçadeira. Ficou olhando o jardim florido e sentiu vontade de colher algumas flores para enfeitar seu quarto. Levantou-se e foi até perto das hortênsias. Sentia que algo a fazia ir até aquelas flores. Colheu algumas e levou-as até perto do nariz para sentir mais seu perfume.
Então aconteceu.
Cristina viu que seu jardim era outro. Um jardim belíssimo e havia uma linda mulher sentada num banco de mármore. Ela conhecia aquela mulher. Era a avó de Matheus. Era Andreína. Sim... Agora ela podia lembrar. O jardim secreto de Andreína e Zoltah. Ela lembrava de tudo.
Nem se deu conta que apertava as flores nas mãos, tal a emoção que sentiu. Recobrou seus sentidos reais e saiu correndo para dentro de casa. Queria trocar de roupas e ir ao aeroporto ver Matheus e contar que lembrava dele. Que lembrava de tudo. De como se amaram e viveram felizes.
Enquanto subia a escada passou por sua mãe e gritou:
- Eu lembrei. Eu sei agora que Matheus falava a verdade.
Sem parar seguiu para seu quarto e sua mãe resolveu ir atrás para saber o que se passava.
- Cristina, o que está acontecendo?
- Eu lembrei minha mãe. Eu lembrei de tudo, acredita?
- De tudo o que?
- De quem eu fui no meu passado. De Matheus. Do nosso amor...
- Que historia mais absurda é esta?
Paola então se deu conta que Cristina estava trocando de roupas e perguntou:
- Vai a algum lugar?
- Vou encontrar Matheus no aeroporto pra contar a ele tudo que lembrei e pedir-lhe desculpas.
- Ah, mas não vai mesmo. Você não me põe os pés fora desta casa de forma alguma, que não vou permitir uma coisa destas.
- Não tente me impedir. Sou maior de idade, e sei muito bem o que estou fazendo.
- Veremos.
Paola retirou rápido a chave da porta. Cristina percebeu que sua mãe ia trancá-la. Tentou impedir, mas estava vestindo sua calça djeans e se atrapalhou. Não pode chegar a tempo para impedir que sua mãe a trancasse no quarto.
- Mamãe! Não pode fazer isso comigo. Pelo amor de Deus abra esta porta – gritou desesperada.